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Personagens Gaúchos: 10 anos da morte do escritor Moacyr Jaime Scliar
04 DE MAIO DE 2021
A Associação dos Notários e Registradores do Estado do Rio Grande do Sul (Anoreg/RS) dá continuidade neste mês à série de reportagens do projeto “Personagens Gaúchos”, que tem o objetivo contar histórias de nomes marcantes do Rio Grande do Sul, com detalhes da vida de um dos maiores escritores da literatura brasileira contemporânea, Moacyr Jaime Scliar. Neste ano, no dia 27 de fevereiro, registou-se 10 anos da sua morte, sendo lembrado com saudade por aqueles que conviveram ao seu lado.
Registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais da Quarta Zona de Porto Alegre, no livro A-34, folha 7, Moacyr Jaime Scliar nasceu no dia 23 de março de 1937, às 14h30, no hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Moacyr era o filho mais velho do casal José Scliar, natural de Romênia, e Sára Slavutski Scliar, natural do RS. Seus avós eram Marcos Scliar e Anna Scliar, e Abrahão Slavutski e Elisa Slavutski.
Na infância, o jovem judeu passou a maior dos seus dias no bairro Bom Fim, símbolo da colonização judaica na capital gaúcha. O escritor e médico foi alfabetizado pela mãe, que era professora primária. Já a partir de 1943, estudou no Colégio Iídiche e, em 1948, transferiu-se para o Colégio Rosário, onde concluiu o ensino médio. Em 1955, foi aprovado no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde se formou em Medicina sete anos depois. Moacyr também foi especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).
“O Mico, como costumávamos chamá-lo na intimidade da comunidade judaica, foi sempre uma referência para mim, bem como, é claro, para muitas outras pessoas, dentro e fora do mundinho ídiche de Porto Alegre. De fato, Scliar foi um paradigma de pensador, escritor e humanista, um verdadeiro gigante. Contudo, podendo privar de certa proximidade com ele, confesso que às vezes era difícil enxergar nele, ao mesmo tempo, o grande intelectual e o homem simples, afável e de sorriso fácil que conheci”, afiram o presidente da Academia Rio-Grandense de Letras (ARL), Rafael Bán Jacobsen, que conviveu com o escritor em atividades da comunidade judaica.
Produções autorais
Moacyr Scliar é autor de 74 livros dos mais variados gêneros, entre eles: romance, conto, ensaio, crônica e ficção infanto-juvenil. Publicado em 1962, seu primeiro livro foi “Histórias de Médico em Formação”. Já em 1968 publicou “O Carnaval dos Animais”, considerado por ele, de fato, sua primeira obra. Durante 15 anos, foi colunista do jornal Zero Hora, onde escrevia sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano. Também foi colaborador da Folha de S. Paulo desde a década de 70 e assinou uma coluna no caderno Cotidiano.
Em 1965, antes do lançamento do seu primeiro livro, casou-se com Judith Vivien Olivien, com quem teve o filho Roberto. Os temas presentes em suas obras mesclavam a realidade social da classe média urbana no Brasil, a medicina e o judaísmo. “Familiaridade e intimidade sempre foram características das nossas comunidades. Em particular, entre Scliar e eu, havia ainda o ponto comum da literatura, ele, um veterano consagrado, eu, um aprendiz. Por sorte, sempre pude contar com seu incentivo, suas palavras de apoio e também alguns elogios seus à minha escrita, exagerados, é claro, pois era muito generoso”, conta Rafael Jacobsen.
O presidente da ARL ainda ressalta que, dentre as searas da literatura em que estiveram juntos, a mais marcante foi o seminário “Diálogos Sobre Cultura: Passado, Presente, Futuro”, realizado na Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS), em 2009. “Confesso que estar naquela mesa de debates, ao lado de Scliar, como representante do ‘futuro’ das letras na comunidade judaica me fez sentir o peso de uma grande responsabilidade. Infelizmente, ele viria a nos deixar dois anos depois”, lamenta.
Há dez anos, Moacyr Scliar falecia, em Porto Alegre, aos 73 anos, na data de 27 de fevereiro de 2011. Considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira, foi o sétimo ocupante da Cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras (ABL), eleito em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo França de Lima e recebido em 22 de outubro de 2003 pelo Acadêmico Carlos Nejar.
Quer participar?
Os cartórios interessados em participar do projeto podem compartilhar sugestões de nomes de personalidades gaúchas marcantes que estão registradas em suas serventias, enviando um e-mail para imprensa@anoregrs.org.br. Com as informações iniciais, a equipe de Comunicação da Anoreg/RS retornará o contato para dar continuidade à produção da reportagem.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Anoreg/RS
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